9 de junho de 2010

Mil Mi-24V Hind-E 1/35 Trumpeter


 
O KIT

A princípio, o tamanho da caixa assusta, mas o que tem dentro é realmente muito bom, o kit realmente impressiona pelo seu tamanho e pela beleza de seus painéis muito bem gravados. Acompanha o kit uma pequena caixa contendo finas transparências, filmes com os instrumentos e alguns photo-etched (fivelas e outras coisas). O set de armamentos é bastante variado, tendo sete tipos diferentes de bombas, pods de foguetes não guiados UB-32A-24 e B8V20, pods de canhão GSH-23 23mm, lançadores de granadas, mísseis guiados por laser AM17P (Falanga) e 9M114 Shturm (AT-6 Spiral), tanques de combustível reserva PTB-450 e até o menos usual KMGU-32 bomba cluster; não esquecendo é claro do canhão giratório YAK B 12.7mm na torre giratória do queixo. Nos cockpits, os consoles e painéis são bons, contudo, o fabricante omitiu o interior do compartimento de tropas ou carga, apesar da opção de se fixar as portas laterais abertas, um segundo ventilador, o visor de LLLTV (low level light TV) operado pelo artilheiro (WSO), o espelho retrovisor esquerdo do piloto e os pedais de direção. A folha de decalques oferece opção para duas aeronaves, sendo uma russa e  outra tcheca ilustrada na tampa da caixa, ainda stencil para os armamentos e alguns avisos na fuselagem; a qualidade é indiscutível, sendo que estes  são bastante finos e muito bem impressos. Ah!, não podemos esquecer de mencionar as duas turbinas Izotov TV 3 - 117V de 2.200 hp cada uma, muito bem representadas.
Em termos gerais o kit é de fácil montagem, as instruções contém bons desenhos e o kit apresenta poucas rebarbas à serem aparadas.
Como mencionei anteriormente, os painéis e consoles do kit são de boa qualidade, representando bem os instrumentos de cada cockpit, contudo, o modelista mais ávido por detalhes irá certamente optar por detalhar extensivamente os cockpits (o que recomendo honestamente, já que sou um destes loucos), ou procurar por acessórios no mercado paralelo. Existem vários fabricantes que possuem uma gama não muito grande de sets para upgrades deste modelo e de muito boa qualidade. Abaixo, segue uma lista de links onde se pode observar o que já existe no mercado paralelo para o "Corcunda Maldito, Krokodil, Carruagem do Inferno" e outros predicados dignos do seu não menos incomum visual agressivo e aterrorizante (clique nos links abaixo).


Recentemente, atormentado pela idéia do projeto e de como eu iria realizar a missão de detalhar o monstro a minha própria maneira, fiz vários desenhos, tirei medidas, verifiquei o material disponível e num golpe de oportunidade eu consegui o set da Verlinden, o que de certa forma me poupa tempo e muita mão de obra, não que fosse impossível, mas extremamente trabalhoso. Mesmo sendo ótimo, o set da Verlinden ainda deixa espaço para mais umas pequenas coisinhas; já que não se pode conviver sem isto.



Bom, como já descrito na embalagem, o set oferece os cockpits e o compartimento de carga ou tropas (dependendo da opção de cada um), optando pela versão de tropas, é só acrecentar os assentos originais do próprio kit, os aviônicos no compartimento por de tráz do assento do piloto são muito bons. Na verdade optei por este set, pois ele é o único que tem uma boa representação deste compartimento, além de um excelente cockpit e excelentes assentos. Todos estes detalhes estão muito bem reproduzidos e de maneira bastante fiel como se pode observar no livro "Verlinden Lock on No. 6 - Mi 24V Hind E" e em diversas pesquisas realizadas pela internet.
Levando-se em consideração que o kit é de forma geral muito bom em seu exterior, e que o seu preço é bastante elevado, optei pela razão custo benefício; o set da Verlinden é um set razoavelmente barato, de ótima qualidade e ainda oferece um excelente compartimento para transporte de tropas ou carga; é o mais completo.
Um fato me chamou a atenção para a relação de escala de ambos os fabricantes (Trumpeter e Verlinden), cada um apresenta o seu produto em escalas diferentes, 1/35 e 1/32 respectivamente; sendo que um é fabricado como upgrade do outro. 
Bom, uma coisa fica óbvia, não existe outro kit do Hind em nenhuma das duas escalas. De fato, os dois me parecem estar na escala 1/32, pois a maior prova disso é o tamanho dos assentos de ambos os fabricantes, confesso que fiquei na dúvida. Uma coisa é certa, apesar de não ser muito fã dos produtos da Verlinden, posso assegurar que este set é excelente,  tudo é proporcionalmente equivalente ao que se destina e bastante adequado em termos de detalhes. Dimensões à parte, mãos a obra!

MONTAGEM

Iniciei a montagem pelos trens de pouso principais, que receberam vários cabos de sistemas hidráulicos, freios e cabos elétricos utilizando solda, fios de cobre finos, tubos de plástico e restos de blocos de resima. O trem de pouso é bastante detalhado e em função da escala ser grande, isso possibilita um espaço maior para detalhar o modelo. De acordo com algumas referências foi possível observar como é o sistema hidráulico do trem de pouso, até por que, tudo nesta aeronave é grande. Os cabos foram colocados nos lugares de acordo com as referências, mas não é necessário que se chegue até o final do porão, pois este compartimento possui duas portas, a maior delas fica fechada quando a aeronave está pousada; em funçao disso, metade do espaço do porão não pode ser visto nestas condições.

 
 


Nas fotos acima é possível notar os sistemas hidráulicos e elétricos em uma aeronave real, na foto inferior os detalhes no kit. Aproveitando o embalo dos fios de cobre, passei imediatamente para as turbinas. Com isso eu já tenho pronto algumas submontagens, isso facilita a montagem.



Aqui um layout da turbina sobre os calços no compartimento do mortor, existem algumas marcas de pinos de moldes indesejáveis que terão que ser lixados, mas aqui dá para se ter noção da qualidade das turbinas. Com os extras adicionados, a peça ganha um aspecto mais realístico.

Seguindo, alguns painéis foram retrabalhados para receberem melhoramentos como a tela do ar-condicionado e os photo-etched providos no kit. Resolvi que os lugares onde estas peças serão instaladas devem ser vazadas, afim de proporcionar maior realismo, como no caso da tela de forma triangular que abriga o radar de aviso de cauda, localizado na parte inferior direita da base da cauda da aeronave.




Na seqüência, eu abri o local da exustão do sistema de ar-condicionado e apliquei uma tela fina. A superfície da fuselagem interna teve que ser afinada com um boleador afim de se reduzir a espessura da superfície.






Após preparar estas partes é hora de verificar como se comportam as partes no cockpit fazendo uma montagem à seco, e verificar os espaços disponíveis para trabalhar antes da pintura das peças e da montagem.
Importante lembrar que a minha decepção com o kit foi o canopy, que apresenta uma longa faixa de marca de molde que passa por toda a superfície da bolha superior (cockpit do piloto). Isto pode ser remediado utilizando-se lixas muito finas, lixas para polimento e depois mergulhar a peça no Future para estabilizar a superfície; não fica nenhuma marca. Uma coisa que eu não sabia, mas que andei lendo na internet, é que o Future não reage bem a aplicação de máscaras líquidas como por exemplo o Maskol, talvez por causa da amônia utilizada em sua composição, já para se retirar o Future das peças utiliza-se também a amônia; aí está o problema. É certo que muita fita adesiva será utilizada para mascarar o canopy para a pintura, eu não vou me arriscar a danificar a peça. Abaixo segue uma seqüência de fotos com as peças no lugar.



 





Abaixo, o painel recebeu alguns cabos elétricos, para os dois os suportes do hud eu utlizei dois photo-etched que vieram de uma ruina de um kübelwagem (serviu direitinho), as coberturas de lona por sobre o painel são papel fino com cola branca diluída e por último a "gun camera", que é do próprio kit, e uma característica da maioria das aeronaves russas dessa época.




Agora a peça recebeu a pintura e o acabamento final, estando pronta para a instalação no cockpit. Os assentos também já finalizados. Pode-se observar a semelhança da peça com o original.


 







Bom pessoal, depois de um longo período sem poder mexer no kit, finalmente consegui arranjar tempo para atualizar algumas fotos do projeto.
Para começar, depois de alguma pesquisa e algumas referências fotográficas, começei a dar andamento no compartimento das turbinas, visto que até então era apenas um layout. Abaixo seguem algumas fotos, o material utilizado foi sobras de resina que guardo das árvores de peças e placas de plástico (nesse caso, utilizei um fino cartão plástico), fios de cobre de espessuras diferentes, solda e alguma imaginação, já que nesse espaço passam muitos cabos, conexões, etc.








Uma outra modificação foi feita nos canhões, utilizei tubos de latão e tubos de plástico; e para alinhar os quatro canos eu coloquei uma corda de aço de violão, isso faz com que os canos se apoiem em alguma coisa, a placa anti-detritos do expelidor de cartuchos também foi feito, utilizando lata de refrigerante.







Outros pontos que podem ser melhorados são as alças das portas de acesso ao resto do motor e a descarga do grande APU da aeronave.  Para o APU eu cortei fora o cano, deixando apenas uma grande abertura para depois instalar alí um canudo de refrigerante, pois a espessura fica mais exata.


 






Feito isso, o próximo passo foi verificar como é o porão do trem dianteiro, que com a adição de mais detalhes ganha um aspecto bem melhor; utilizando apenas fita adesiva, cartão plástico e fios de cobre.






Por fim, o que ainda está me dando um certo trabalho e que me deu alguma dor de cabeça, foi o set em resina da "Cobra Company" que vem com alguns sensores, lançadores de chaff / flare e os grandes supressores de calor à serem instalados nas saídas das turbinas.
Decepção..., acho que este é o único fabricante que produz estas peças, não que sejam de todo ruins, mas em especial os lançadores de chaff / flare, justamente as únicas peças que eu realmente iria utilizar além dos sensores de cauda, já que a aeronave do meu projeto não utiliza os supressores de calor. 








Mesmo não sendo nenhuma maravilha, ainda há como remediar a situação, e por fim a única maneira que eu encontrei foi recorrer a minha velha caixa de peças e coisas que eu vou guardando. Agora sim eu dei o maior valor àquelas sobras de resina, eram a única coisa que poderiam solucionar o problema. Dá um pouco se receio já que não se pode prever o que vai acontecer durante a improvisação; o pior é que primeiro se monta um protótipo, depois repete-se tudo outra vez na outra peça. Foi preciso cortar fora toda a parte central de onde estão instaladas as três unidades, depois reconstruir tudo um por um. Valeu a pena.

Não sei se todas as peças são assim, ou se eu fui o grande contemplado. Nesses casos é melhor respirar e pensar, mesmo que isso ainda leve alguns dias. Primeiro tive que medir o espaço e ver quanto eu tinha de resto de resina, depois gabaritar todos os furos no Corel e imprimir, à seguir, colei a folhinha com as marcações e marquei com um pino desses que se coloca em mapas ou mural de fotos; então broca manual furo a furo, sempre tentando manter a mesma pressão com a mão e o mesmo número de voltas para que a profundidade fique igual.











Feito isso, é hora de começar o verdadeiro trabalho, e o principal agora é limpar a área e retirar a parte desinteressante.




Aqui a peça recebeu uma aplicação de putty, utilizei o putty cinza da Testor's na parte interna da peça, para igualar a superfície. Eu prefiro esse putty para esse tipo de trabalho, pois ele seca de maneira mais rígida e isso ajuda a moldar contornos. Depois da massa seca, é hora de lixar e ajustar o espaço para a instalação das três pequenas unidades lançadoras.
Além das unidade lançadoras, eu também limpei a peça por completo e adicionel tiras de plasticard onde antes havia o molde das mesmas. Tive que preencher os furos moldados na peça com putty da Tamyia porque julguei que estes estivessem em desarmonia com os rebites moldados no kit. Após mais ou menos uma hora de secagem, esfreguei um paninho embebido em acetona bem de leve sobre a peça, o que resulta na redução de profundidade destes furos. 







Nas três fotos acima, pode-se notar a diferença entre as peças. Na foto acima a peça original ao lado da peça retrabalhada, na foto seguinte, o conjunto já totalmente terminado e por fim, as peças coladas à fuselagem.




PINTURA

Esta árdua tarefa já foi terminada, então é hora de iniciar algum processo de pintura para a minha diversão. Iniciei pelas turbinas, e para isso fiz uso de todas as tintas metálicas e não metálicas de meu arsenal, utilizei acrílicas, esmalte e tintas óleo. Isso me rendeu algum tempo pesquisando imagens da turbina em uma aeronave real, também procurei observar outros modelistas na net para ver como eles trabalhavam a questão dos vários tons de metal encontrados em uma peça verdadeira. Existem vários tons de metal, metais queimados, metal natural, aço, alumínio, etc. Segue abaixo algumas fotas das peças já finalizadas no berço e o layout definitivo das peças no berço ainda sem pintura.







Após a pintura, eu apliquei umas finas camadas de Future para proteger a pintura e propiciar uma superfície neutra para trabalhar o wash, já que o Future não reage à solventes como aguaraz, etc. O wash como de costume, foi feito utilizando-se tintas óleo diluídas em aguaraz, e as cores usadas foram o preto e o raw amber. O wash ajuda muito a realçar certos detalhes, além de proporcionar um aspecto de uso. Dependendo da quantidade de uso que você deseja, mais tinta será aplicada. Neste caso, eu optei por um visual usado, mas não muito para não ficar muito exagerado; já que turbinas são diferentes de motores radiais que vazam muito óleo. Quando esta etapa finalizou, eu deixei secar por 12 horas, daí apliquei uma fina camada de verniz semi-fosco para fixação das tintas e também para dar uma reduzida no brilho.

Antes de iniciar todo o processo de montagem final antes de iniciar a pintura, é preciso mencionar alguns detalhes adicionados ao kit.






Na sequência vemos esses detalhes, a antena localizada na parte inferior da aeronave à frente do trem dianteiro, conexão da antena localizada por baixo da pequena proteção triangular, a haste do reforço do pod do sistema de laser e um pequeno estribo para calçar a subida do W.S.O. e por fim, o sistema anti-congelante do cooler do óleo.
Feito isso, é hora de iniciar o processo de pintura, e para isso é preciso saber qual é a versão de pintura à ser aplicada. Neste caso eu escolhi a camuflagem padrão de exportação para o oriente médio, pois vou fazer uma das aeronaves utilizadas do renomado Ahmad Sihah Massoud e sua Aliança do Norte contra os Talibans no Afeganistão. Massoud foi assassinado pela Al Qaeda em 8 de setembro de 2001. O "black 101" era um dos poucos Mi-35 mantidos por Massoud em sua fortificação no vale de Panjshir, fronteira com o Paquistão. Essas aeronaves eram mantidas como era possível devido a escassez de peças de reposição, sua aparência era muito desgastada.  Para esta versão, eu utilizei a folha de decal da Linden Hill LHD35001 "Bush War Hinds".
Esta folha pode ser encontrada no site: http://www.lindenhillimports.com/  este site é bastante interessante para quem gosta de aviação russa, lá você pode encontrar decais variados, peças em resina, tintas e outros; vale a pena dar uma olhada.
Em um link do IPMS, http://www.colorserver.net/showcolor.asp?fs=30450, encontrei uma maneira de obter refência de cores, basta digitar o número da cor na tabela FS "Federal Standard" que o exemplo da cor aparece em um quadrado. Logicamente que o padrão de cores utilizadas pela União Soviética não faz parte deste catálogo, mas como disse, serve de referência.





Além da referência da folha de decais Linden Hill LHD34001, eu também procurei outras referências na internet assim como o excelente site de pesquisa http://www.acig.org/artman/publish/article_339.shtml
Segue abaixo algumas fotos do cockpit instalado na fuselagem antes de se iniciar a pintura.





O trabalho começa com as máscaras para proteger áreas que não serão pintadas como cockpit, cabine, turbinas, etc.
Escolhidas as cores, é hora de iniciar a pintura, a primeira cor utilizada foi o azul pálido para a superfície inferior da aeronave, em seguida o amarelo areia. Neste casos eu utilizei minhas próprias misturas.









Após todas essas etapas cumpridas, é preciso aplicar uma camada de verniz brilhante, neste caso eu utilizei FUTURE FLOOR, já que o wash será feito com tintas óleo e aguaráz. O decais são aplicados após o verniz, pois aderem melhor à superfícies brilhantes. O verniz é aplicado sobre os decais para protegê-los, depois aplica-se tinta óleo "raw amber" diluida em aguaráz por sobre todas as linhas de painéis e rebites; deixei secar por 2 a 3 horas.






Depois de seco, o wash foi limpo utilizando-se um pedaço de camiseta velha passando em movimentos verticais bem de leve sobre cada linha de detalhe. O resultado é o realce dessas linhas.










CONTINUA!









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