6 de junho de 2010

Douglas A-1J Skyraider 1/48 Tamiya



 
Esta é o meu Douglas A1-J Skyraider recentemente finalizado com a pintura utilizada pela USAF durante o conflito do Vietnam.

O KIT

Posso dizer que tive muito prazer em montar este kit, além de muito bonito e imponente, a engenharia, a qualidade dos detalhes, enfim, tudo é muito bom, muito simples e muito bem resolvido. Escolhi esta vesão em especial por dois motivos, o primeiro deles é que normalmente os modelistas optam por montar a versão da Marinha, até porque, além de ser mais conhecida, as opções de decalques são também bastante apelativas e muito bonitas; mas andei pensando que a pintura em apenas um tom poderia ser bastante monótona; a segunda é que penso que a versão da Força Aérea é menos conhecida, bem como o esquema de pintura que é bastante desafiador. 
Em relação às versões, a Tamiya apresenta duas delas em dois diferentes kits, o A-1H da Marinha e o A-1J da Força Aérea. Na vardade um kit pouco difere do outro, apenas que a versão da Força Aérea apresenta uma árvore com armamentos diferentes, próprios para esta versão, além de um assento de piloto diferente. A versão utilizada pela Força Aérea utilizava um assento ejetor que raramente era utilizado pela Marinha, mas haja visto que em alguns casos as aeronaves após terem feito a sua manutenção programada, este assento tenha sido instalado. Fora isso, os kits são idênticos. Na verdade todo armamento que é provido no A-1H permanece no A-1J, os dois tipos de cubos de roda são também providos em ambos os kits, ficando a critério do modelista a escolha desejada. A roda do tipo furada é típica das aeronaves utilizadas pela Marinha, mas vale ressalvar que algumas aeronaves da Força Aérea foram fotografados utilizando este tipo de rodas e vice-versa.

                                                                
Nestas duas imagens nota-se claramente as rodas diferentes, daí começa a discussão.

Fica então claro que o modelista tem em suas mãos um leque enorme de opções tanto de armamento, como de rodas no caso do A-1J. Na verdade este assunto "rodas" cabe discussão para toda uma vida, já que apesar de algumas fotos (embora poucas) comprovarem o fato, isto não deve ser levado como uma regra, pois tanto o A-1H quanto o A-1J eram idênticos externamente. A maior diferença estava no motor mais potente e no trem de pouso mais forte do A-1J. Na verdade a designação A-1 veio para diferenciar as versões da Marinha e Força Aérea, A-1H e A-1J respectivamente que antes eram AD-6 ou AD-7,  e que significa as diferentes versões monoplaces do Skyraider. O AD-7 foi a última versão construida do Skyraider, num total de 72 aeronaves. Deixando de lado a questão histórica, as rodas, assentos ejetores e siglas, tenha em mente que além de ser apenas um kit, qualquer modificação que o modelista vier a fazer nestes termos pode ser considerada correta. 
O modelismo  possui uma virtude onde tudo é possível desde que você goste, mas nem por isso é bagunça.


MONTAGEM

Como de costume, vou iniciar pelo cockpit. A Tamiya realizou um belo trabalho aqui, tudo direitinho, painel, consoles e o assento ejetável. Apesar de tudo ser muito bom, eu acabei por utilizar um set de photo etched da Eduard apenas para o painel de instrumentos, grade do radiador, comando dos cowling flaps e a alça do canopy. Optei por não utilizar os cintos e os estribos. Fiz umas pequeninas modificações no assento do piloto, como o encosto de cabeça (pois o provido no kit, apesar de não estar errado, é mais apropriado à versão A-5E - biplace), reforço do encosto, cobertura do encosto feito com papel de cigarros e a mangueira de oxigênio feita com um fio de cobre bem fininho. Alguns detalhes foram adicionados, a parte de traz do encosto de cabeça, como fios de rádio, e sistemas hidráulicos. O cockpit foi pintado com RAF dark ocean grey.








Acima o painel já devidamente pintado o novo assento e o cockpit quase pronto para instalação.

Infelizmente não possuo a foto do assento totalmente pintado, mas este poderá ser visto em sua posição no resto da montagem. Seguindo, a fuselagem foi colada sem maiores problemas, encaixes perfeitos e a asa, os profundores e o motor assim como o conjunto da necele foi montado a parte e deixado para ser pintado separadamente.


 PINTURA
 
Assim como no MiG 21, dei uma camada de pré-shade em todas as linhas de painéis da fuselagem antes de iniciar a processo de comuflgem. Feito isso, primeiro o porão das rodas foi pintado de branco e a parte inferior da fuselagem pintada em cinza muito claro, para isso fiz uma mistura de 10 partes de branco + 2 partes de RLM 76 + 1 light gull grey. Em seguida demarquei o ondulado da camuflagem utilizando Multi-Tak, e apliquei a cor base da pintura. Como existem várias tonalidades de Tan e eu só tinha o light tan, decidi por acrecentar uma nova mistura, já que o light tan é muito rosado; misturei 5 partes de light Tan da Testors + 10 partes de RAF middle stone da Model Master, o resultado me pareceu bastante convincente.





Nas fotos acima é possível observar a diferença entre o cinza muito claro e o branco, em seguida o Tan da mistura. 

Seguindo o esquema de pintura após 24 horas, a segunda cor, verde médio SM 361 da Revell.




Após mais 24 horas, finalmente e terceira cor, um verde oliva escuro que também foi fruto de mistura, 12 partes de 149 Humbrol + 4 partes de preto Revell + 1 parte SM 361 Revell  + 1 parte de 66 Olive Drab Humbrol. 

  


Aqui pode-se observar as máscaras para proteger o primeiro verde antes da aplicação do segundo verde, e na foto de baixo o esquema já definido. 

O próximo passo é a aplicação de Future para proteger a pintura e preparar a superfície para a aplicação dos decalques e o wash principal para realçar as linhas dos painéis.
O motor foi furado nos cabeçotes para a instalação dos cabos de velas e o crank case foi pintado com neutral grey ao invés de alumínio como indica a planta, pois achei mais adequado ao tipo de pintura da aeronave, e até porque, nem todas as aeronaves da Força Aérea tinham os crank cases pintados em alumínio, alguns eram pintados de preto, os cilindros foram pintados com metalizer magnesium e depois um wash em preto e um dry-brush em alumínio aqui e ali. 







Aqui o kit após algumas finas camadas de Future, a superfície brilhante ajuda na aderência dos decalques, além de proteger a pintura.




A parte inferior da fuselagem após o wash para simular desgaste e vazamentos de óleo, muito comuns nesta aeronave.





O aspecto dos desgastes dá ao modelo uma impressão bem mais real. Normalmente eu utilizo tintas óleo para essa finalidade, pois aplicados sobre o Future, ela não danifica a pintura.




Para a superfície anti-derrapante, eu colei uma tira de lixa 800 para dar maior realismo.





Os canos dos canhões foram substituidos por tubos de latão.







Uma pequena foto com o rosto de uma mulher foi colada ao painel de instrumentos do lado direito, prática muito utilizada pelos pilotos que colavam na cabine fotos das suas namoradas; também um mapa foi adicionado do lado esquerdo.



  


Acima os detalhes do cockpit, linhas hidráulicas e fios do rádio, pode-se ver também o encosto do piloto e os cintos feitos com tiras de folha de chumbo, do tipo dessas que vem protegendo a rolha em garrafas de vinho.





Aqui o trabalho já finalizado, aqui pode-se notar os descarregadores de estática nas pontas das asas e o aspecto de uso da aeronave.


Após realizado todo esse processo de washes e envelhecimento, o modelo recebeu uma fina camada de verniz fosco para proteger esta nova camada. Não fui muito fundo no verniz, porque eu não queria que o modelo ficasse totalmente fosco, deixando um aspecto levemente acetinado. O armamento foi colado às asas (alguns deles vieram da minha caixa de sucatas), cortei um pequenino pedaço de acetato para simular o hud da mira e pintei com um clear amarelo aguado. Os descarregadores de estática nas pontas das asas, leme e profundores foram feitos com um fino fio de cobre, o fio da antena feito de sprue e a antena FM do lado esquerdo do canopy (típico desta versão) é um pequeno conjunto feito de um pedacinho de resto de resina e a corda de aço de violão mais fina que e tinha.


FOTOS DO MODELO MONTADO 










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